quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

PAIS MONSTROS, FILHOS ASSASSINOS

A menina tem apenas 12 anos. O pai tinha 44. Ela aproveitou que ele estava dormindo e cortou-lhe a garganta. O cenário era de filme de terror. A pequena comunida, zona rural de Itupiranga, aqui no sudeste do Pará, ficou estarrecida. A Menina matou o pai porque, segundo contou à polícia, ele vinha tentando "fazer coisas com ela".

Esse pai, mesmo não conseguindo fazer a monstruosidade que queria, fez a pior de todas as brutalidades: transformou sua menina numa assassina.

E eu fico pensando quantas vezes essa criança pensou em contar para a mãe. Quantas vezes pensou em recorrer à polícia. A mãe talvez não acreditasse e o paimonstro poderia fazer o que queria de forma violenta ou mesmo mata-la. O medo escureceu sua mente ainda infantil.

É com asco, nojo e repulsa que penso na forma como esse calhorda se aproximava para desejar boa noite à sua filha.

E se contasse pra polícia? Os policiais iriam até sua casa e prenderiam o montropai numa jaula, que é onde os monstros devem ficar. Mas e se ele fugisse ou mesmo os policiais o soltassem diante do olhar bonzinho do mosntro? O medo então fez da sua mente, antes com fantasias infantis, uma escuridão. No breu total, ela não soube esperar o eclipse passar.

O dia nunca mais vai amanhecer para esta menina. O sol fez-se sangue. A única coisa a alumiar as trevas eternas é a lâmina da faca resvalando no ar. Cortando o que a ligava ao mundo dos normais. Matou o mosntro. Assassina? Não era essa a sina. Não era pra ser. Ele era apenas um inseto; um mosquito da dengue mais perverso que os que infestam a região. A dengue, mesmo a hemorrágica, a gente pode curar. Mas a dor que o monstro provocaria só aliviaria se tivesse a coragem de fazer o que fez.

A pergunta que fica é: Quem matou quem?

Nenhum comentário:

Postar um comentário