Estava revendo as fotografias da minha família. Tá tudo intacto na fotografia. Nem tudo, fora do album. No arquivo "minhas imagens" as coisas continuam inalteradas. E pinta aquele desejo de passar a borracha no que manchou os dias recentes. Dias que não se pode apagar. Mas que o tempo vai transformar em fumaça, poeira, sei lá. Descubro ao olhar nossas fotos que minha família não pode ser arquivada, nem deletada. Ela é o que sou e sou parte dela. Está na hora de reunir os pedaços. É possível isso. Anseio pelo momento de aos poucos recolocar as peças nos seus devidos lugares.
E seguir. Ainda têm lugares, filmes, músicas, pessoas. Ainda tem o infnito, o céu. Ainda tem tanta coisa. Algumas delas imutáveis. Ainda têm os sonhos dos nossos filhos e os nossos de termos netos. Esses que não mudam nem em nós e nem na família de ninguém.
Estou aqui. Pronto pra errar sempre. Pois essa é uma dessas coisas que, por mais que a gente queira, nunca mudam. A não ser que se perca essa nossa velha humanidade que nos faz tão lindamente imperfeitos. Estou aqui. Querendo juntar os cacos, colocar tudo no meu imenso coração. Estou pronto pra tentar merdar menos. É o que posso me esforçar pra fazer.
Em nome da imutável célula familiar da qual sou molécula.
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