segunda-feira, 26 de outubro de 2009
GRILOS DA VIDA
Gosto dos sons da natureza. Não de todos os sons. Gosto do barulho suave da chuva no telhado, já desgastado pelo sol; do vento tangente soprando manso nas palhas do coqueiro do quintal; dos gritos e gargalhadas das crianças na rua da frente e até mesmo dos cachorros que ladram noite adentro. Gosto de música. Não de todas. Só das boas. Som é pra se ouvir, por mais redundante que isso soe. Não gosto, claro de tampas de panela caindo, de copos quebrados e nem desse grilo perturbante com seu canto agudo que insiste em seu solo intermitente. Chuva é uma coisa, goteira é outra. Nem todo som faz bem aos ouvidos cansados de um dia que aboliu o silêncio e assassinou cedo a tranquilidade. Mesmo assim é noite. E as noites são dos morcegos, das mariposas, dos sapos e dos grilos. Ainda que eu não goste.
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