Se eu tivesse o dom de ver além e de saber que o casamento é o fim do namoro e o início de um tempo que engole quase toda sensibilidade, eu não teria consumado esse ato tão danado.
Essa idéia de que o casamento acaba com o namoro é literal do ponto de vista que encerra uma fase e começa outra. No campo das subjetividades é também bem verdadeira a afirmação, vez que parece transformar dois seres apaixonados em cidadãos responsáveis, taciturnos, cheios de obrigações, regras e limitações. O que era vez em quando no namoro, no casamento vira cotidiano; o que era no namoro novidade, no casamento é obviedade. O tédio come o tesão e a libido vira bebida sem graça, sem gosto, sem gozo.
Na palavra CASAMENTO se esconde casa. O lugar dos dois. Tem também sufixo de tormento e assim o que eram vidas, no plural, resume-se a um. A casa dos dois, a cama dos dois, a vida dos dois, o fim dos dois. Na palavra NAMORO se esconde AMOR. Por que então se decidir por algo que significa o fim de outro tão mais importante, melhor e que deveria ser eterno? O namoro deveria ser para sempre. Porque o casamento não é.
quarta-feira, 10 de junho de 2009
DEPOIS DOS TEMPORAIS
Agora que passaram as chuvas, que chega o sol dissipando toda nuvem de saudade e melancolia, volto aqui para escrever um pouco e me livrar das palavras que me inquietam a mente nas noites de brisa e frio do verão que chega com seus finos lençois de linho e algodão.
Gosto de escrever. Tenho querer e até vontade, mas há uma preguiça que supera os dois e me acomodo até não mais suportar e me deixar vencer por essa necessidade de comunicar obviedades.
Que esse tempo de sol e calor nos anime, nos desperte e nos avive essa chama que faz ferver o sangue e tudo virar tinta dentro de nós.
Gosto de escrever. Tenho querer e até vontade, mas há uma preguiça que supera os dois e me acomodo até não mais suportar e me deixar vencer por essa necessidade de comunicar obviedades.
Que esse tempo de sol e calor nos anime, nos desperte e nos avive essa chama que faz ferver o sangue e tudo virar tinta dentro de nós.
Demerval Moreno Ribeiro
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às
07:55
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