Olhar para os pés que me levam por aí é algo assim meio esquisito, do ponto de vista de quem nunca prestou muito atenção nesses membros nada inferiores. E quando digo não prestar atenção, é sequer cuidar. Relaga-los a uma baixeza que, de fato, eles não têm. São eles que, cansados, me emprestam uma certa sensação de prazer quando em casa chego depois de mais um dia de apertos. E olha que só quem usa é que sabe onde o sapato aperta.
Eles têm saudade de uma caminhada desnudos, simples, livres pela areia da praia. Daquela pelada no fim de semana. Agora eles fazem parte do conjunto da obra do impressionismo barato a que me sujeito para parecer um sujeito social e agradável, enquanto eles sofrem dentro de um sapato executivo bico fino.
Meus pés. Meus amigos de jornada sempre...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário